Davi Ramos

Brubaker

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Brubaker (1980, Stuart Rosenberg).

Brubaker é mais um da série de filmes engajados estrelados pelo ator-produtor-e-agitador-cultural Robert Redford. Baseado em história real, neste filme Henry Brubaker (Redford) entra em uma batalha contra a caixa preta do sistema prisional americano. Contra ele, está um grupo político que não deseja nada além de sua própria manutenção no poder. Para eles, a devassa dos podres só é útil quando significa números positivos nas pesquisas eleitorais. Brubaker não faz concessões. Tentam cooptá-lo. É preciso mudar o sistema a partir de dentro, é a mensagem que eles querem passar. Não se deve lutar contra o sistema, mas enquadrar-se nele para poder lutar. É preciso fazer conecessões, acertos, para mudar as coisas. Mas para Brubaker isso não existe. Ele sabe que cada concessão é um passo para a inatividade, um degrau que se deixa de avançar na direção de uma mudança real. Cada passo nesse caminho torna o indivíduo mais distante da função social que deveria cumprir.

Essa história lembra a do marido infeliz, que vive a iludir a amante com promessas de que vai se separar. Contra ela está sempre uma situação adversa qualquer - a esposa adoece, os filhos se tornam problemáticos, a situação financeira não permite. Balela. Nunca haverá uma situação perfeita para mudar. Na política, a única mudança perfeita é o golpe de estado. Fora isso, sempre há o risco, a ameaça, a oposição e a chance de errar o alvo. Em meio a tudo isso, se manter íntegro já é um bom começo.

Com a política brasileira como está, Brubakerse mostra interessantemente atual. Vale a pena assistir. E, se der, mandar uma cópia para a Granja do Torto.

Brubaker no IMDB

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