O Humor e o cinema irreal asíáticos
O humor de filmes como Kung Fu Futebol Clube(leia crítica abaixo) escapa para muita gente. O humor asiático, o mais freqüentemente, é como a obra rindo de si mesma. O patético é um valor assumido, como se quem faz o filme dissesse: “olhe só como essa cena é ridícula, olhe só isso!”. O desafio é ir cada vez mais além do absurdo, é subverter o real completamente, é dar ao filme um tom farsesco, mas em constante contato com elementos de realidade, brotando daí a graça do filme.
Da mesma forma, podemos extender a idéia para outros gêneros. Não seria extraordinário, em uma obra passada em um planeta alienígena, que uma menina jovem menina fosse capaz de segurar uma panela jogado do alto de um prédio com um só dedo, ou que um lutador de artes marciais jogasse uma bola até a estratosfera. Mas se você constrói, ao redor desses fatos extraordinários, um mundo cheio de elementos reais, fisicamente plausível, rotineiramente ordenados, então você causa o espanto, o encantamento e o sentimento do absurdo que são a base para entender muitas produções orientais, como O Tigre e O Dragão (com seus vôos fantásticos) e O Clã das Adagas Voadoras (onde seres humanos normais, além de voar e praticar outras proezas no mínimo improváveis, sangram cachoeiras de sangue sem morrer) e outros.